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Cientistas lançam luz sobre biologia da consciência


Estudo em humanos tenta explicar um dos maiores quebra-cabeças da neurociência: como o cérebro transforma informação inconsciente em pensamento consciente

Cientistas da Universidade Columbia identificaram o momento “aha!” do cérebro - quando, de repente, você se dá conta de algo, como saber a resposta para uma pergunta difícil. As descobertas de hoje em humanos, combinadas com pesquisas anteriores, fornecem evidências convincentes de que esse momento - um sentimento de decisão - penetra a consciência quando informações coletadas pelo cérebro atingem um nível crítico. Os resultados deste estudo sugerem, ainda, que essa penetração de consciência compartilha os mesmos mecanismos cerebrais básicos conhecidos por estarem envolvidos na tomada de decisões mais simples. De forma importante, este estudo oferece uma nova esperança de que os fundamentos biológicos da consciência possam estar a nosso alcance.

A pesquisa foi publicada ontem, dia 27 de julho, na revista científica Current Biology.

“A grande maioria dos pensamentos circulando em nossos cérebros acontecem sob o radar do estado de consciência, o que significa que, mesmo que o nosso cérebro os esteja processando, não não estamos cientes disso”, disse Michalk Shadlen, pesquisador do Instituto Mortimer B. Zuckerman de Comportamento Cerebral e da Mente da Universidade Columbia e autor sênior do artigo. “Contudo, como parte dessas informações chega ao nível de consciência continua um mistério sem solução. Mas agora encontramos uma forma de observar esse momento em tempo real e, então, aplicar essas descobertas para nossa compreensão da própria consciência.”

Para Shadlen, os pensamentos mais complexos os quais o cérebro humano pode experienciar - como amor, sofrimento, culpa ou moralidade - podem, em última instância, ser reduzidos a uma série de decisões, feitas pelo cérebro, para se envolver com o mundo exterior. Ele passou a sua carreira trabalhando para entender como os sinais enviados pelas bilhões de células cerebrais resultam em tais decisões. Fazendo isso, ele espera desvendar os mecanismos por trás das habilidades mais complexas do cérebro.

Em 2008, Shadlen e seus colegas descobriram que, quando solicitado a tomar uma decisão desafiadora, o cérebro não usa todas as informações disponíveis antes de decidir. Isso não é porque o cérebro é incapaz de fazê-lo, mas sim porque, em certo ponto, o cérebro pensa que tem toda a informação necessária. Existe um mecanismo no cérebro que diz "o suficiente é suficiente".

"Para nós, isso implorou por uma pergunta", lembrou Shadlen, que também é professor de neurociência no Centro Médico da Universidade Columbia e pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes. "O momento no qual o cérebro acredita que acumulou evidências suficientes poderia estar ligado à consciência da pessoa de ter decidido - esse importante momento `aha!`?"

Para descobrir, os pesquisadores pediram a cinco participantes humanos para assistir pontos em uma tela de computador que se moviam como grãos de areia soprando no vento. Os participantes foram, então, perguntados se os pontos pareciam estar indo para direita ou para esquerda.

Havia um relógio no centro da tela. Uma vez que o movimento dos pontos terminou e após um breve atraso, os participantes escolheram a direção a qual os pontos viajaram. Usando uma técnica polêmica conhecida como cronometria mental, os participantes foram convidados a mover o controle do relógio para trás, até o momento no qual sentiram que tinham percebido conhecer a resposta. Os participantes repetiram essa ação em vários testes e níveis de dificuldade.

"O momento no tempo indicado pelos participantes - esta cronometria mental - era inteiramente subjetivo. Ele dependia unicamente da própria estimativa de quanto tempo demorava para tomar essa decisão", disse Shadlen. "E por ser puramente subjetivo, deveria, em princípio, ser inverificável".

Contudo, ao incorporar esses novos dados com décadas de pesquisas anteriores sobre os mecanismos cerebrais de tomada de decisão, a equipe desenvolveu uma maneira inteligente de verificar se o tempo relatado pelos participantes era um reflexo preciso de ter realmente decidido.

"Se o tempo relatado pelos participantes fosse válido, argumentamos que pode ser possível prever a precisão da decisão", explicou Shadlen. "Nós incorporamos uma espécie de truque matemático, baseado em estudos anteriores, o qual mostrou que a velocidade e a precisão das decisões foram unidas pela mesma função cerebral".

Estudos anteriores de Shadlen e outros pesquisadores descobriram como o processo de tomada de decisão se desenrola ao nível das células individuais no cérebro. Ao combinar esse conhecimento com o truque matemático, a equipe poderia validar cientificamente que os relatórios subjetivos dos participantes - o seu sentimento de terem decidido - eram realmente um reflexo preciso do processo de tomada de decisão do cérebro.

"Essencialmente, o ato de se tornar consciente sobre uma decisão está em conformidade com o mesmo processo pelo qual o cérebro passa para completar uma decisão, mesmo as mais simples - como girar à esquerda ou à direita", disse Shadlen.

Embora preliminar, este estudo levanta a possibilidade de que um entendimento profundo dos pensamentos e sentimentos mais complexos do cérebro humano, uma vez apenas sob o alcance da filosofia, possa ser compreendido em breve também em termos biológicos.

"Algumas pessoas pensam que os detalhes mais importantes da neurociência estão longe de ser um assunto considerado por um filósofo", disse Shadlen. "Mas tenha certeza, explicar esses conceitos - seja ética, consciência ou qualquer outra coisa - em termos de neurociência não é explicá-los. Em vez disso, eu argumentaria que isto está ajudando a aproximar o estudo biológico do cérebro da estudo filosófico da mente."

Instituto Zuckerman da Universidade Columbia

FOENTE: http://www2.uol.com.br

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