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Viagem da NASA até asteroide pode ajudar a revelar a origem da vida na Terra



Na noite desta quinta-feira (8), uma missão será lançada em direção ao asteroide Bennu. Chegando lá, a sonda irá coletar um pouco de poeira e trará o material de volta para nós, tudo isso sem tentar fazer um pouso. Mas não é qualquer poeira. Dentro desses grãos pode haver a resposta sobre como surgiu a vida na Terra.

Os pesquisadores teorizam há muito tempo que cometas ou asteroides podem ter sido os responsáveis por deixar as primeiras partículas de materiais orgânicos que iniciaram tudo por aqui. Nós já até encontramos esses materiais em meteoritos que podem ter vindo de asteroides como Bennu.

O problema é que esses meteoritos passaram muito tempo na Terra, então não tem como saber se os compostos orgânicos vieram dos asteroides, da Terra ou de algum outro lugar que passou durante a sua jornada. Essa será a primeira oportunidade de checar as informações diretamente do asteroide.

“Iremos até um asteroide como o Bennu porque acreditamos que ele é um resquício intocado do nosso sistema solar”, conta Ed Beshore, um dos principais pesquisadores do projeto, ao Gizmodo. “É importante porque queremos responder questões relacionadas com o surgimento da vida na Terra.”

Estudando órbitas de asteroides
Levará dois anos para que a sonda OSIRIS-REx chegue até Bennu e outros dois anos para que a amostra seja colhida. O material voltará para a Terra em 2023.



Ainda assim, há muitas coisas que a missão pode nos ensinar antes mesmo de nos trazer um pequeno pedaço do asteroide. Por exemplo, ela pode nos ajudar prever quais asteroides passarão perto de nós, e o quão perto ficarão.

Bennu pertence a uma categoria de asteroides próximos, chamada Near Earth Asteroids (NEAs). De fato, a proximidade foi uma das razões pelas quais ele foi escolhido para a missão. Mas, como vimos recentemente, a órbita desses asteroides – mesmo quando passam muito próximos de nós – pode ser difícil de prever. Isso acontece principalmente por causa do chamado efeito Yarkovsky, quando os objetos são aquecidos pelo sol.

“Os asteroides ficam quentes”, explica Beshore, “assim como o asfalto das ruas se aquece. Eles fazem rotação assim como a Terra e o calor que é radiado novamente age como um minúsculo propulsor de um foguete e que faz o asteroide se mover.”

Desde 1999, a NASA viu Bennu mudar a sua trajetória por mais de 150 quilômetros graças a esse efeito. Ao estudar de perto os movimentos dele, os pesquisadores esperam ter uma ideia melhor de como – e quanto – o efeito Yarkovsky move os asteroides por aí.

Como realizar a coleta
Mas o verdadeiro prêmio que Bennu irá nos render são as amostras de poeira que serão colhidas pela nave espacial. Como realizar essa coleta é um dos aspectos mais complicados da missão.

Antes que qualquer coleta seja tentada, os cientistas farão um mapeamento meticuloso do asteroide, um processo que pode levar até 2 anos. Desse primeiro mapa, eles identificarão locais onde será possível obter as amostras e então criar um mapa ainda mais refinado para decidir quais desses locais há mais chances de obter sucesso.

“Ao final, nós poderemos ver objetos do tamanho de uma moeda em Bennu” conta Daniella DellaGiustina, líder de processamento de imagem da missão. Depois que escolherem um local, as coisas ficarão ainda mais complicadas.

Enquanto a nave rodear o asteroide, um “braço” de 3 metros irá se aproximar – como uma luva surpresa – para coletar a amostra. Não será tão simples, no entanto. O braço joga um pouco de gás nitrogênio para conseguir armazenar a poeira do asteroide num compartimento, tudo isso em questão de segundos. Se não der certo numa primeira tentativa, os engenheiros planejam fazer mais duas investidas. Assim que o compartimento tiver uma amostra completa, a nave voltará imediatamente para a Terra.



“É um high-five seguro, lento e suave com o objetivo de coletar a amostra e trazê-la de volta para a Terra”, explicou Christina Richey, uma das principais pesquisadoras do projeto. Todo o processo deve durar apenas 5 segundos, de acordo com ela. Nesse tempo limitado, aproximadamente 60 gramas de poeira devem ser recolhidos e com eles os especialistas esperam encontrar as respostas de uma das questões mais antigas sobre a vida na Terra.

“Nós estamos muito confiantes que haverá alguns desses compostos orgânicos, mas até que o material chegue até nós, não podemos afirmar nada” disse Richey.

Trazendo as amostras de volta para a Terra
Trazer as amostras de volta para a Terra também é um desafio. A nave irá trazer a poeira pela maior parte do caminho, mas não está equipada para fazer um pouso. Em vez disso, ela irá ejetar a cápsula acima do nosso planeta, numa velocidade de 43.000 km/h. Um paraquedas ajudará a completar um pouso seguro em Utah e, depois de 7 anos, os pesquisadores conseguirão colocar as mãos nos grãos de poeira de um asteroide.

“Essa é realmente uma oportunidade de trazer um pedaço do início do nosso sistema solar”, conta Beshore. “Essas amostras podem ser analisadas por décadas, assim como as amostras vindas da Lua que chegaram há mais de 40 anos e continuam a ser estudadas, utilizando ferramentas que nem imaginávamos que existiria, e é claro que o mesmo irá acontecer com as amostras de Bennu.”

O lançamento acontecerá na noite desta quinta-feira na estação do Cabo Canaveral na Flórida em um dos foguetes Atlas V da United Launch Alliance. É a décima terceira grande missão da NASA que usará esse foguete.



Houve certa preocupação com o incêndio do foguete da SpaceX na semana passada – que aconteceu na estação do Cabo Canaveral, mas numa plataforma diferente – que poderia atrasar o lançamento. Mas depois de uma avaliação completa, a NASA disse que nenhum dano foi causado às instalações para essa missão.

O lançamento da OSIRIS-REx deve começar às 20:00, no horário de Brasília, e levará 2 horas. Daí em diante, teremos que esperar 7 anos para começar a saber o que se passa com Bennu – e, talvez, como a vida surgiu aqui na Terra.




Imagens por NASA.

FONTE: GIZMODO BRASIL

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